Em 2024, o Brasil atingiu um marco histórico ao exportar, pela primeira vez, mais da metade de sua produção de petróleo. O país registrou uma média de 1,75 milhão de barris por dia, representando 52,2% da produção total de 3,36 milhões de barris diários.
Esse aumento nas exportações é impulsionado pela exploração dos campos do pré-sal, que têm desempenhado um papel crucial no crescimento da produção nacional. No entanto, a falta de investimentos significativos na capacidade de refino do país tem levado a uma dependência crescente de derivados de petróleo importados, evidenciando um descompasso entre a produção e o refino.
A Petrobras, principal empresa do setor, respondeu por 34% das exportações de petróleo cru em 2024, enquanto o restante foi exportado por outras petroleiras atuantes no Brasil. Embora a estatal tenha registrado recordes de processamento de petróleo e produção de derivados, como diesel e gasolina, com um fator de utilização total das refinarias atingindo 92% em 2023, a capacidade de refino nacional ainda não acompanha o ritmo acelerado da produção de óleo cru.
Essa discrepância entre produção e refino pode levar à reprimarização da economia brasileira, comprometendo o desenvolvimento industrial e econômico do país, além de aumentar a dependência externa de derivados de petróleo. Para mitigar esse risco, é essencial que o Brasil invista na expansão e modernização de seu parque de refino, alinhando a capacidade de processamento ao crescimento da produção, especialmente considerando o potencial dos campos do pré-sal.
O fortalecimento da infraestrutura de refino permitirá ao país agregar valor ao petróleo extraído, reduzir a necessidade de importação de derivados e promover uma maior segurança energética, contribuindo para um desenvolvimento econômico mais sustentável e equilibrado.